Avances no tratamento do infarto agudo do miocárdio
No amplo espectro de severidade da apresentação da doença coronária, o infarto agudo do miocárdio representa a forma mais extrema, estado associado a um elevado risco de morte, de arritmias e de insuficiência cardíaca.
A angioplastia tem demonstrado ser o melhor método de revascularização neste cenário com resultados superiores aos que obtêm os fibrinolíticos. Desta maneira, durante a última década, o tratamento do infarto se transformou de uma estratégia farmacológica a uma estratégia mecânica de revascularização, sempre que esteja disponível e seja realizada dentro dos primeiros 120 minutos após o diagnóstico.
No entanto, este fato representa um desafio para todos os atores que estão envolvidos no tratamento do infarto: sistemas de emergências móveis, centros hospitalares sem capacidade de realizar angioplastia e aqueles centros com capacidade de realizar angioplastia por 24 horas durante os 7 dias da semana.
A angioplastia no infarto agudo do miocárdio com elevação do segmento ST (angioplastia primária, fármaco-invasiva ou de resgate) implica aspectos médicos e técnicos específicos como o tratamento de um paciente com diferentes graus de comprometimento hemodinâmico, emprego de potentes medicamentos anticoagulantes / antiplaquetários, utilização de acessos com menor possibilidade de hemorragia (acesso radial, preferentemente, nesta população), assim como também o tratamento de lesões altamente trombóticas com o uso de tromboaspiração e outros dispositivos para evitar a embolização distal.
Contudo, o maior desafio está relacionado com o incremento do acesso dos pacientes que estão sofrendo um infarto agudo do miocárdio para obter uma rápida e adequada reperfusão. Este desafio está enfocado em obter uma maior detecção e na redução do tempo de evolução do infarto para diminuir o dano miocárdico à menor expressão possível.
Atualmente, a coordenação destes fatores representa o maior problema a ser resolvido, e por esse motivo deve ser considerado globalmente, com a implementação de políticas sanitárias e o trabalho em equipe entre todos os grupos médicos que intervém, incluindo, além disso, aos financiadores, ao governo e às sociedades científicas.
O infarto agudo do miocárdio representa um risco para os nossos pacientes e um desafio médico, administrativo e técnico que nós, como cardiologistas, devemos enfrentar com profundidade.