Editorial

Temas não resolvidos no TAVI

Dr. Rodrigo Bagur

Division of Cardiology, London Health Sciences Centre, Departments of Medicine and Epidemiology & Biostatistics, Western University, London, Ontario, Canada.

Prezados colegas:

Bem-vindos a um novo Boletim ProEducar. Nesta oportunidade, fazemos foco em temas não resolvidos no implante percutâneo da valva aórtica (TAVI).

A prevalência de doença coronariana significativa em pacientes com estenose aórtica severa varia entre 50 e 70%. No capítulo inicial do boletim, os Drs. Sérgio Pérez e Mauricio Cohen (Miami School of Medicine, Miami, EUA) compartilham uma revisão que é motivo de discussão e controvérsia acerca do fato de devermos ou não revascularizar pacientes com doença coronariana significativa antes de realizar um TAVI.

Como todos sabem, a valvoplastia aórtica foi, durante muito tempo, o tratamento alternativo para determinados pacientes com estenose aórtica severa sintomática que não podiam receber cirurgia de substituição valvar devido a um alto risco cirúrgico. Na era do TAVI, a valvoplastia aórtica é considerada parte rotineira antes da realização do TAVI. No entanto, informação emergente sugere que é seguro e eficaz fazer TAVI obviando a valvoplastia, pelo menos de forma rotineira. Em seu artigo de revisão, o Dr. Miguel Ballarino (Hospital Privado de Córdoba) faz uma apresentação sobre a função atual da valvoplastia aórtica pré-TAVI.

Sabe-se que em aproximadamente 60% dos pacientes que recebem TAVI há uma associação com embolias cerebrais silentes avaliadas por ressonância magnética cerebral. No entanto – e felizmente – esta porcentagem não se traduz em acidentes cerebrovasculares clínicos. Para diminuir estes eventos foram criados dispositivos de proteção cerebral, filtros e deflectores, para tentar diminuir o número e/ou o volume de ditas lesões isquêmicas. Os Drs. Germán Armijo e Luis Nombela-Franco (Hospital Clínico, Madri) fazem uma revisão sobre sistemas de proteção cerebral em TAVI.

Com o correr do tempo e o avanço da tecnologia, passamos a tratar pacientes mais jovens e com menos doenças em comparação com o que fazíamos há 10 ou 15 anos. No entanto, um tema que é debate cotidiano no momento de escolher o tipo de bioprótese nestes pacientes é a durabilidade dos TAVI. Para encerrar, fazemos com a Dra. Vera-Pernasetti um sumário da informação sobre durabilidade dos TAVI a longo prazo e a incidência de degeneração das válvulas.

Quero agradecer aos autores dos artigos apresentados neste Boletim ProEducar por seu esforço e disponibilidade para colaborar. Finalmente, um especial agradecimento ao Dr. Leandro Martínez-Riera por sua ajuda e profissionalismo para coordenar e concretizar este projeto.

Espero que a informação do presente boletim lhes seja útil.

Cordialmente,

Rodrigo Bagur
Cardiologista Intervencionista
London Health Sciences Centre, Western University
Londres, Ontário, Canadá
Diretor Associado Boletim N°111 – Temas Não Resolvidos no Implante Percutâneo da Valva Aórtica (TAVI)

Nesta edição

Editorial

Temas não resolvidos no TAVI

Dr. Rodrigo Bagur
Artículo de Revision

Revascularização Coronariana prévia a Implante Percutâneo da Valva Aórtica (TAVI)

Dr. Mauricio Cohen, Dr. Sergio Pérez
Artículo de Revision

Papel da Valvoplastia Aórtica no TAVI

Dr. Miguel Ballarino
Artículo de Revision

Sistemas de proteção cerebral em TAVI

Dr. Luis Nombela Franco, Dr. Germán Armijo
Artículo de Revision

Degeneração de prótese valvar percutânea e durabilidade

Dr. Rodrigo Bagur, Dr. Lucia Vera-Pernasetti
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